A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) participa, no próximo dia 29 (quinta-feira), em Genebra (Suíça), de painel no Fórum Público da Organização Mundial do Comércio (OMC). Além de reiterar que o Brasil tem produção suficiente para contribuir com o enfrentamento à insegurança alimentar global, a Abiarroz promoverá a qualidade e a sustentabilidade do arroz brasileiro e defenderá a redução de barreiras no comércio internacional.
O Fórum da OMC ocorre entre os dias 27 e 30 deste mês, com o tema “Rumo a uma recuperação sustentável e inclusiva: ambição à ação”. “A insegurança alimentar é, hoje, um dos principais desafios para o desenvolvimento sustentável, o que impõe a necessidade de ser um tema central no comércio internacional”, destaca a diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva, uma das representantes da entidade no evento.
Andressa pontua que em 2020, segundo a ONU, cerca de 193 milhões de pessoas enfrentaram insegurança alimentar severa, um aumento de 40 milhões desde 2020. “A insegurança alimentar é resultado de um conjunto de fatores, sendo um deles o comércio internacional. O painel da OMC discutirá como o comércio internacional pode contribuir para a promoção da segurança alimentar. E a Abiarroz vai reforçar que a superação da insegurança alimentar global exige não só oferta de produtos como o arroz, mas também maior acesso aos mercados, o que passa pela redução das barreiras comerciais.”
O painel com a participação da Abiarroz terá o seguinte tema: “Promovendo a segurança alimentar através de regras de comércio como importante pilar para o desenvolvimento sustentável”. Os debatedores serão Renata Amaral, professora adjunta na American Universidade Washington College of Law; Dominique Burgeon, diretor do Escritório da FAO junto à ONU em Genebra; Pedro Draper, diretor do Jean Monnet Centro em Comércio e Relações Globais; Alexandre Parola, embaixador e representante do Brasil na OMC; e Carolina Matos, gerentes de Exportação da Abiarroz.
“Neste momento conturbado no mercado mundial orizícola, com restrições às exportações da Índia e alta de preços do cereal na Tailândia e no Vietnã, precisamos promover o arroz brasileiro e garantir que o Brasil tem estoque suficientes para o abastecimento interno e excedentes exportáveis”, ressalta Carolina. “Esta é uma oportunidade para o nosso arroz beneficiado contribuir para superar a insegurança alimentar mundial, além de impulsionar as exportações brasileiras.”
A gerente de Exportação da Abiarroz adiantou também que a participação no evento servirá para o Brasil reforçar seus pedidos de eliminação de barreiras no comércio global de arroz. “A Nigéria, por exemplo, proibiu o acesso ao mercado de câmbio para o pagamento de importações de arroz, e as importações marítimas, fazendo com que o Brasil deixasse de exportar cerca de US$ 600 milhões do produto àquele país entre 2013 e 2020. Já contestamos isso várias vezes na OMC e agora vamos reiterar a necessidade de remover tais restrições comerciais.”
A Abiarroz também participará de outros dois painéis em Genebra: o painel da Câmara de Comércio Internacional (ICC) da Argentina sobre “Sistemas agrícolas e pecuários e o comércio como parte da solução para as mudanças climáticas” e o painel da BMJ Consultoria sobre “Políticas sustentáveis para o fornecimento de alimentos.”
Fonte: AGROemDIA